domingo, 30 de março de 2008

É carnaval na Argentina!


Até que enfim! Depois de sete anos, os argentinos saíram às ruas para fazer seu “panelaço”. Parece-me que o povo já estava com saudades de fazer protestos e de reivindicar seus direitos. A felicidade estava estampada na cara de cada “hermano” com sua panela nas mãos. Afinal de contas, por lá não existe carnaval. Tenho a impressão de que os “panelaços” são uma espécie de bloco carnavalesco para eles. Exagero meu? Veja a alegria dessas “hermanas” ao batucar por seus direitos.


Sem dúvida, de todos os povos sul-americanos, o brasileiro é o mais acomodado. Nós não estamos acostumados a reivindicar nossos direitos. O brasileiro só se reúne pra fazer churrasco, assistir Copa do Mundo e enterrar parente.

Os especialistas afirmam que a passividade brasileira se deve, principalmente, ao tipo de colonização que sofreu o país. Diz-se que a colonização espanhola foi muito mais violenta que a portuguesa. A fuga de Dom João VI para cá, em 1808, também foi definitiva para a diferença entre a formação do Brasil e seus vizinhos. Ao passo que Dom Pedro I, nosso “herói” da Independência, a proclamou por motivos pessoais, na Argentina, o General San Martin lutou contra as tropas espanholas em favor da independência, não só do país, bem como do povo argentino.

Porém, quando algum movimento de protesto ocorre no Brasil, me parece que os participantes estão muito mais sérios e engajados, como no famoso movimento dos “Caras Pintadas”, em 1992, por exemplo. Por aqui as pessoas não entram nesse tipo de protesto para se divertir, mas para efetivamente cobrar. Talvez porque demoramos tanto para nos manifestar que quando resolvemos o fazer, o caso já chegou às últimas conseqüências. Ou talvez, porque quando queremos nos aglomerar para nos divertir, esperamos Fevereiro chegar e botamos o bloco na rua.

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