terça-feira, 2 de setembro de 2008

Espírito Olímpico?

Vamos parar de hipocrisia! Não agüento mais ouvir a expressão "espírito olímpico"! De quatro em quatro anos os governantes lembram-se que outros esportes além do futebol também são praticados no Brasil. Ou melhor, tentam ser praticados no Brasil.

Alguns esportes não têm apoio algum do governo e, lógico, por conta disso chegam em nível amador nas Olimpíadas – quando chegam – enquanto que outros países estão anos-luz a frente imersos no profissionalismo.

E não estou falando de natação ou basquete, onde encontramos os fenômenos imbatíveis Michael Phelps e o Dream Team. Posso me referir, por exemplo, ao Judô, esporte em que até temos tradição e algum investimento. Eu diria que é inadmissível e revoltante que um atleta de potencial olímpico como Eduardo Santos, até o ano passado, não tivesse o direito de fazer o exame para faixa preta por causa de R$1.500. Se esse país não tem condições de financiar um atleta com meros R$1.500, como pode querer algum resultado expressivo em meio aos melhores atletas do mundo? As palavras emocionadas do judoca que dizia “não ter tido competência para jogar com seu adversário” são o retrato mais óbvio da falência dos esportes no Brasil. Como é possível um atleta se dedicar realmente a uma modalidade, se ele tem que se preocupar em conseguir algum emprego para se sustentar?! O desgraçado tem que ralar o dia inteiro e no fim do expediente, já exausto, vai treinar. É por isso que só é atleta no Brasil, os que são apaixonados. Porque apoio não existe!

Nenhum comentário: